Vitamina D: por que todo mundo fala dela e por que você deveria se importar

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Por muito tempo, a vitamina D foi lembrada apenas quando o assunto era “ossos fortes”. Hoje, a ciência já deixou claro: ela vai muito além disso.


A chamada “vitamina do sol” participa da regulação do sistema imunológico, influencia o humor, ajuda no controle de inflamação, contribui para a saúde cardiovascular e impacta diretamente a forma como você se sente no dia a dia: mais disposto(a) ou constantemente cansado(a), mais estável emocionalmente ou com oscilações de humor

O maior problema?

Uma parte enorme da população tem deficiência de vitamina D — e muitas vezes nem desconfia.


Por que a deficiência de vitamina D é tão comum?

Parece contraditório falar em falta de vitamina D em um país ensolarado como o Brasil, mas o estilo de vida atual explica muita coisa.

Alguns fatores que contribuem para esse cenário:

  1. Passamos a maior parte do dia em ambientes fechados (escritório, carro, casa, telas).
  2. Usamos roupas que cobrem grande parte do corpo.
  3. O uso de protetor solar em excesso e de forma constante, embora importante para prevenção de câncer de pele, pode reduzir a produção de vitamina D quando usado de maneira indiscriminada em todas as exposições.
  4. Muitos passam dias, semanas ou meses sem pegar luz solar direta na pele de forma regular.


O resultado é que, mesmo vivendo em um país tropical, vemos cada vez mais exames com vitamina D baixa no consultório.


O que a vitamina D faz no seu corpo?

A vitamina D funciona quase como um “hormônio” regulador em várias áreas do organismo. Entre suas principais funções:


1. Sistema imunológico

Ela ajuda a:

  1. modular a resposta imunológica;
  2. reduzir o risco de infecções;
  3. auxiliar no controle de processos inflamatórios.

Pessoas com vitamina D muito baixa costumam ficar mais suscetíveis a infecções recorrentes e podem ter maior tendência a quadros inflamatórios.


2. Humor, depressão e ansiedade

A vitamina D participa da regulação de neurotransmissores, como a serotonina, ligada à sensação de bem-estar.

Níveis baixos têm sido associados, em diversos estudos, a maior risco de:

  1. sintomas depressivos;
  2. ansiedade;
  3. oscilações de humor;
  4. sensação de apatia e cansaço mental.

Não é que a vitamina D “substitua” tratamento psicológico ou medicamentoso quando necessário, mas ela faz parte do pano de fundo bioquímico que precisa estar ajustado.


3. Ossos e absorção de cálcio

Não adianta investir em cálcio se a vitamina D estiver muito baixa.

Ela é fundamental para:

  1. absorção adequada de cálcio pelo intestino;
  2. manutenção da saúde óssea;
  3. prevenção de osteopenia e osteoporose.

Sem vitamina D suficiente, o cálcio que você ingere não é bem aproveitado, e os ossos sofrem.


4. Coração, metabolismo e inflamação

A deficiência de vitamina D está associada a:

  1. maior risco de doenças cardiovasculares;
  2. pior perfil metabólico, em alguns casos;
  3. aumento de marcadores inflamatórios.

Em uma abordagem integrativa, ela é vista como um dos pilares para quem busca longevidade com qualidade.


Como cuidar dos níveis de vitamina D na prática

A boa notícia é que, em muitos casos, o caminho para melhorar a vitamina D começa com hábitos simples.


1. Exposição solar consciente

A principal fonte de vitamina D é o sol na pele.

Recomenda-se, de forma geral (sempre com orientação individualizada):

  1. exposição de áreas como braços, pernas e, se possível, parte do tronco;
  2. em torno de 10 a 20 minutos diários, dependendo da cor da pele, horário e local;
  3. sem protetor solar nas áreas expostas durante esse curto período (depois disso, o uso de protetor volta a ser importante para proteção da pele).

Cada caso deve ser avaliado individualmente, principalmente em pessoas com histórico de câncer de pele ou problemas dermatológicos. Por isso, não é uma regra única para todos, mas um ponto de partida para conversa com o médico.


2. Alimentação

Alguns alimentos contribuem com pequenas quantidades de vitamina D:

  1. peixes gordurosos (salmão, sardinha, atum);
  2. gema de ovo;
  3. fígado;
  4. alguns laticínios fortificados.

Eles não costumam ser suficientes para corrigir uma deficiência importante sozinhos, mas ajudam a compor o quadro.


3. Suplementação (sempre com acompanhamento)

Em muitos casos, especialmente quando o exame mostra níveis muito baixos, é necessário suplementar vitamina D.

Aqui, é fundamental:

  1. verificar a necessidade por meio de exame de sangue;
  2. definir dose, forma e tempo de uso com acompanhamento médico;
  3. evitar “automedicação” com doses altas sem controle, pois excesso de vitamina D também traz riscos (como alterações de cálcio, problemas renais e outros).

O objetivo não é “tomar vitamina D para sempre”, e sim corrigir a deficiência e manter níveis adequados ao longo do tempo, dentro de um plano global de saúde.


Vitamina D, emagrecimento e qualidade de vida

Na prática clínica, quando pensamos em emagrecimento saudável e saúde integrativa, a vitamina D entra como peça importante do quebra-cabeça:

  1. um corpo com vitamina D adequada tende a responder melhor em termos de energia, disposição e imunidade;
  2. isso impacta diretamente a capacidade de treinar, manter rotina ativa, regular sono e humor;
  3. tudo isso, somado, faz diferença no processo de perda de peso e manutenção de resultados.

Ou seja: cuidar da vitamina D não é detalhe, é parte do tratamento global quando o objetivo é ter mais saúde, menos inflamação, melhor imunidade e um metabolismo mais equilibrado.


Conclusão: o básico também é tratamento

Vivemos em uma época com acesso a exames avançados, medicamentos modernos e tratamentos sofisticados. Eles são importantes, têm seu lugar e muitas vezes são necessários.

Mas, ao mesmo tempo, não podemos esquecer o que é básico e, muitas vezes, esquecido:

  1. luz do sol,
  2. movimento,
  3. sono de qualidade,
  4. alimentação real,
  5. manejo do estresse,
  6. acompanhamento médico que olha o paciente como um todo.

A vitamina D é um exemplo perfeito disso: algo simples, profundamente conectado ao nosso estilo de vida e que impacta diretamente a forma como vivemos e envelhecemos.


Se você não lembra quando foi a última vez que avaliou seus níveis de vitamina D, talvez seja hora de conversar sobre isso na próxima consulta.